segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sermão de Lucas 14. 25-35


Aos irmãos e irmãs que queiram compartilhar a mensagem do fim de semana, fiquem a vontade - boa leitura!
Pastor Ailton José Müller.


Sermão de Lucas 14. 25-35
Tema: “O Custo de sermos discípulos de Jesus” 

Caros irmãos e irmãs em Cristo!
O evangelho deste domingo analisa as dificuldades e o compromisso em sermos discípulos de Jesus.
O Senhor Jesus não fala em tese, mas na prática do dia a dia.
Como posso ser um bom marido, uma boa esposa, um bom filho ou filha, sem pecar contra o mandamento maior de meu Senhor que determina “amar a Deus acima de todas as coisas” ?

Como posso ser um bom cidadão, relacionar-me com pessoas não cristãs, suportar injustiças, sem revidar com a mesma moeda, e assim mesmo continuar a amar o próximo como eu amo a mim mesmo?

Portanto o evangelho analisa:
“O Custo de sermos discípulos de Jesus”
Quanto custa? Qual é o meu compromisso, por ser discípulo de Jesus?
Para responder esta questão, perguntamos em primeiro lugar:
Quanto custou para eu me tornar um discípulo de Jesus?
Deus ensina em sua palavra:
“Pela graça sois salvos, isto não vem de vós, é dom de Deus.”
É Deus quem nos transforma de inimigos em amigos seus.
É o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado, o batismo nos lavou, nos fez nascer de novo, nos tornou participantes de Jesus e de sua salvação.
O Espírito Santo nos chamou pelo evangelho, nos iluminou com seus dons, nos santificou e conservou na fé verdadeira.

Eu me tornei um discípulo de Jesus sem qualquer merecimento, ou pagamento de minha parte. Eu sou um discípulo de Jesus por graça imerecida. Cristo me amou primeiro.

Agora que sou um discípulo de Cristo por graça, cabe perguntar em segundo lugar: Quanto custa viver como um discípulo de Jesus?
O evangelista traz a informação de que “uma grande multidão estava acompanhando a Jesus”     
Parece que havia muitas pessoas interesseiras na multidão.
Jesus estava servindo ao povo!
Estava curando seus doentes!
Estava dando pão aos famintos!
Estava repreendendo aos opressores.
Era interessante ser do “partido” de Jesus. Este “partido” estava em alta.
Por isso neste período do ministério de Jesus estava parecendo que ser um discípulo dele era algo como se fosse da moda, ou estava em alta. Pois diz o evangelista Lucas que “grandes multidões o acompanhavam” assim temos certeza de que entre os verdadeiros discípulos se encontravam também os interesseiros, os curiosos, ou simplesmente quem acompanhava a moda. Com o objetivo de fazer uma triagem de transformar os que o acompanhavam em discípulos de verdade, Jesus explica aos seus ouvintes o significado e as conseqüências de ser um discípulo. Destacando que para ser um discípulo é preciso amar a Deus acima de todas as coisas e também participar ativamente da sua obra.   
Jesus ensina que esta situação vai mudar. Os seus discípulos também precisam servir! 
É através dos discípulos que Jesus quer levar o evangelho da salvação a todos os povos.
É através dos discípulos que Deus quer ser adorado e glorificado como o único e verdadeiro Deus.
É através dos discípulos de Jesus que Deus quer ensinar ao mundo a amar e não odiar! A viver e não matar!
Este é o preço queJesus cobra de seus discípulos.

Ser discípulo de Jesus, em terceiro lugar, significa saber dosar na medida certa o amor a Deus e o amor à família.  

Jesus afirma no santo evangelho: “ninguém tem maior amor pelos seus amigos do que aquele que da a sua vida por eles” Jo 15.13.
O evangelho de Jesus nos ensina a amar nossos amigos e amar nossos familiares, mas “nunca mais do que a Deus”
O amor entre Deus e as pessoas é muito parecido com o amor entre um casal, como o amor entre pais e filhos, é semelhante a uma estrada de mão dupla: uma pista que vem e outra que vai.
Só querer ser amado por Deus, só querer ser amado pela esposa, ou pelos filhos, sem amar com igual intensidade ao que está do outro lado é utopia, isto não é amar, é egoísmo.
Jesus nos ensina a amar a Deus acima de todas as coisas, a adorá-lo como nosso Criador, mantenedor, salvador e santificador!
Jesus também nos ensina a amar as pessoas que nos são queridas como preciosos presentes que Deus coloca ao nosso lado para alegrar nossa vida aqui no mundo.
Sem esse conhecimento, sem saber dosar de maneira correta o amor a Deus e o amor devido às pessoas da família não posso ser um discípulo de Jesus.
 

Ser discípulo de Jesus, em quarto lugar, exige,
portanto uma firme decisão por Cristo.

Jesus diz no evangelho: “Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.”
Essas palavras não ensinam que bens materiais são desprezíveis, mas ensinam que eles não nos devem separar de Deus, ou ocupar lugar mais importante do que o lugar de Deus em nossa vida.
Essas palavras de Jesus são incisivas! Não adianta meio termo!
Não podemos amar a Deus e as coisas do mundo com a mesma intensidade!
Ou cremos em Jesus e nos tornamos novas criaturas, ou pertencemos ao maligno.
Ou nos consagramos a Deus e o sirvamos com tudo o que temos e somos, ou nosso servir nega essa fé!
Jesus ensina que ser cristão é uma decisão entre o tudo ou o  nada. Este é o preço de ser discípulo de Jesus.
Cada vez mais vemos pessoas buscando um cristianismo “light”, fácil, sem compromissos nem sacrifícios, sem lutas nem incômodos. E muitos luteranos são assim, ou não?

Vemos sempre de novo, em todo lugar, irmãos que pouco ou nada fazem para apoiar e fazer crescer o trabalho do Reino de Cristo, mas que pensam ser “tão bons” quanto os membros fiéis e ativos da igreja, pois afinal, recebem a salvação pela fé e não pelo que fazem.

É verdade que foi Jesus que nos escolheu e nos colocou em seu Reino, por sua graça. Mas, uma vez que estamos em seu reino, precisa-mos viver de modo digno do Rei Jesus, sabendo que não merecemos sua salvação e, por isso, valorizando essa bênção acima de qualquer coisa.

Sobre isso Lutero diz: “Isto precisa ser enfatizado contra todas essas pessoas ousadas e imprudentes que dizem ‘eu tenho a promessa, eu receberei o que é prometido, mesmo que não faça nada...’. As promessas não nos são dadas com o propósito de roncarmos, sermos preguiçosos e dormirmos, ou para fazer o que está em conflito com a promessa. Não, elas são dadas para trabalharmos, sermos vigilantes e produzirmos frutos” (Luther’s Works, v.5, p.273-74).

Meus irmãos, se queremos ser realmente seguidores de Jesus, não há outro caminho: quem não carrega a sua própria cruz e vem após mim, não pode ser meu discípulo, diz nosso Senhor. Não existe cristianismo fácil – nossa fé envolve carregar a cruz, ou não é fé em Jesus. Na prática, isso significa, entre outras coisas:

à que você precisa escolher, por exemplo, entre vir ao culto ou estudo bíblico ou fazer outra coisa naquela hora;
à que você precisa escolher apoiar o reino de Deus com o dinheiro e bens que Ele lhe dá, ou ignorar o que Deus quer e usar tudo em outras coisas;
à que você precisa escolher submeter-se à Palavra de Deus, às suas orientações e repreensões também, ou fazer o que você acha que é certo;
à que você precisa escolher entre perdoar sempre, como Deus faz com você todos os dias, ou ser orgulhoso e guardar rancor contra o próximo.
à que você precisa escolher entre mostrar sua fé no dia a dia, com palavras e ações, ou fingir que não conhece Jesus, como fez Pedro..
Para que nós possamos fazer tudo isso e carregar nossa cruz, Jesus carregou a pior e mais pesada cruz por nós – a cruz dos nossos pecados, sobre a qual Ele pagou com sua vida para podermos receber vida e salvação, de graça.

Esta é a resposta correta ao amor com o qual Deus nos amou.  

Você pode estar pensando que este ensino de Jesus é fanatizante.
Ele é tão fanatizante quanto a realidade do amor. Ele é tão fanatizante como a vida e a morte. Por que?
a) Porque Jesus é o único caminho que leva para a vida eterna!
b) Porque Jesus é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos!
c) Porque só aquele que crê em Jesus se torna uma nova criatura. É perdoado e aceito por Deus; é transformado em amigo de Deus.
d) Porque só quem veste o alvo manto da justiça de Cristo poderá comparecer perante o trono do Altíssimo e tomar posse do reino que nos está preparado desde a eternidade.
Jesus carregou a cruz por nós, construiu a torre da salvação e venceu o inimigo.
Carreguemos a nossa cruz e sigamos Jesus com a força que Ele nos dá na sua Palavra e Santa Ceia.
Confiemos em seu amor e deixemos de lado tudo o que pode nos afastar dele. Sigamos o que Moisés diz no texto de hoje (Dt 30.20): Amem o SENHOR, nosso Deus, obedeçam ao que ele manda e fiquem ligados com ele. Assim vocês continuarão a viver...

É Jesus, que carregou a maldita cruz por nós, quem nos dá o amor de Deus e nos capacita a carregarmos nossa cruz, até a vida eterna. Guiados e amparados por seu amor, carreguemos nossa cruz!

Vejam, Jesus não está fanatizando a ninguém, mas Jesus nos está amando.
Ele nos está ministrando o único remédio que sara a doença do pecado, que nos abre a porta do céu. Amém!  

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